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Dia de Santa Catarina de Sena, Virgem e Doutora da Igreja - Recado de Jesus aos que lutam pela Igreja


Então nosso Salvador lhe disse: "Querida filha, deves trabalhar no jardim da santa Igreja e na mesa da santa cruz, ou seja, sofrendo pessoalmente, sentindo doloroso desejo, fazendo vigílias de oração e realizando todo outro trabalho (apostólico) que puderes. E tudo isso, sem negligência. E lembra-te de que não poderás desejar a salvação das almas senão na santa Igreja. A Igreja é o corpo universal de todos os homens, que participam da iluminação da fé e só podem ter a vida (da graça) obedecendo à minha esposa. Portanto, deves desejar que os cristãos, os infiéis e todo ser humano se alimentem neste jardim, sob o julgo da obediência e revestidos de fé viva, quero dizer, acompanhada de ações boas e santas. Este é o anseio geral de todo o corpo universal dao Igreja.

Mas agora eu te digo: quero que cresças no desejo de trabalhar e que estejas disposta a dedicar tua vida junto à hierarquia da santa Igreja, para reformar minha esposa. Sua reforma será útil ao mundo inteiro. Em que sentido? Porque as trevas da maldade, o egoísmo, a impureza e o orgulho fizeram e fazem nascer trevas e morte (espiritual) para as almas dos súditos. Convido-te, bem como aos meus outros servos, que vos dediqueis ao desejo (santo) em vigílias de oração e em todos os trabalhos (apostólicos), conforme as capacidades que vos concedo. Afirmo-te que esse esforço e serviço em favor da Igreja me são muito agradáveis, e eu recompensarei, não somente meus servos que trabalharem com intenção reta e santa, mas também aqueles do mundo que auxiliam a Igreja apenas por respeito. Afirmo-te que todos os que respeitam a santa Igreja serão recompensados e não terão a morte eterna, tão grande é o meu amor por ela. Mas também não deixarei de castigar, de um jeito ou de outro, os que me ofendem e prejudicam minha esposa."

Santa Catarina de Sena, Cartas Completas.

Faça o bem e outros também vão aderir... O exemplo arrasta.

Os Anjos de Adoração assumiram, recentemente, um compromisso, que é o de dar pequenas formações à comunidade (este termo realmente é estranho...) sobre Liturgia, um pouco antes da Santa Missa aos domingos. Sabemos, claro, que o ideal é que então se mantenha o silêncio, mas de tal modo a catequese das pessoas é mínima ou nula que usam este tempo para pôr a conversa em dia. Se isto, considerado somente assim, já não é tão interessante, a coisa piora se observarmos o conteúdo de certas conversas...

O motivo, porém, desta nossa iniciativa que, obviamente, conta com a permissão do Pároco, é ver como tantos que vão à Santa Missa, ou se sentem na obrigação irrefletida de comungar, sem ao menos saber direito o que fazem lá, ou recebem Nosso Senhor das formas mais desinteressantes. Consideramos, pois, a questão urgente e o que fizermos para diminuir as profanações e destratos já é sumamente importante.

Óbvio também que muitos há que vêem tudo isso como desnecessário e não tardam a comentar e pôr defeitos e tal. Nestas situações, é com prazer que obedecemos o conselho do Apóstolo: "Aborrecei o mal com o bem". E aborrecemos mesmo! O interessante é que, antes de começarmos, tivemos naturalmente de dar uma aviso às pessoas de que começaríamos na semana seguinte. O vigário que celebrava, que não é um exemplo de zelo litúrgico, parece que se sentiu motivado e, de cara, começou a ensinar alguns costumes bem litúrgicos que os fiéis devem ter. Ficamos impressionados e isto reforça uma impressão que muitos de nós já tivemos: se o padre perceber que há fiéis devotos e preocupados com a retidão das coisas, também ele, que muitas vezes tem um zelo latente mas desencorajado pela maioria, pode se motivar a agir com maior respeito e de forma mais correta.

No último domingo, as músicas da Santa Missa ficaram por conta do grupo Anjos de Adoração. Fizemos questão de pôr músicas bem litúrgicas, o que implica que algumas delas seriam desconhecidas. Há muitas pessoas que não nos apreciam, principalmente as que se consideram mais esclarecidas e que pensam que a coisa vai bem quando todo mundo canta e bate palmas. No entanto, fomos ousados e nos expomos. João e Pedro agradeceram a Deus por terem sido dignos de apanhar pelo nome de Jesus. Umas criticas ou ofensazinhas não fariam mal nenhum... E lá fomos nós. O padre que celebrava era o mesmo que relatei acima. Não sei sinceramente se há, de fato, alguma ligação, mas a pregação que este padre fez na homilia... Aquilo sim! No final da Santa Missa, nos congratulou, coisa que raramente faz. Tudo isto nos motiva a querer contribuir sim, mesmo com pouco, para que a Liturgia, da qual nos é concedido participar, possa revelar um pouco mais do seu legítimo brilho. É como dizia a beata Teresa de Calcutá: "melhor do que maldizer a noite é acender uma vela". Maldito seja, sim, o modernismo! Mas, anterior a isto, amemos a Tradição e façamos o que está ao nosso alcance para que ela se mostre em todo o seu vigor e beleza.

Que surpresa, porém, ao vermos já algumas pessoas que estão a comungar de joelhos! Alguns dos Anjos de Adoração passaram a ter esta prática e, já agora, podemos ver que algumas outras pessoas já a adotam. Claro que o mérito não é nosso, e nem conto isto aqui para nos vangloriarmos, mas para motivar a todo aquele que ama a Igreja, mas que se sente coagido pelo hábito liberal do seu meio. Se quiser fazer o bem, comece! Dê o exemplo! Coragem! Fora o respeito humano! Como dizia S. João da Cruz, "sofrer pelo Amado é melhor que fazer milagres!"

Agradeço muito a Deus por nos conceder ser instrumentos. O que fazemos é ainda muito pouco, mas já é algo. Que Ele não permita que a nossa intenção se desvirtue, nunca! Somos apenas servos inúteis... Mas bendito seja Deus, que se digna servir-se de nossa miséria. E que nos dê sempre forças para o bom combate.

Pax et Bonum.

Fábio Luciano.

Ainda o defunto do "Código Da Vinci"


Tempos atrás, o surgimento do Best Seller entitulado "O Cógido Da Vinci' provocou um rebuliço em muitos meios, sobretudo acadêmicos. Isto mesmo: lá onde deveria haver um oásis contra a estupidez, geralmente é de onde mais se ventilam os disparates modernos. Alguns católicos abandonaram a Igreja ou ficaram com várias dúvidas em virtude das idéias escritas naquela obra. A coisa, porém, passou e "O Código Da Vinci" deveria ter ganho o prêmio de um dos livros mais refutados da história, porque o que essa porcaria suscitou de tantos outros livros preocupados em derrubar os sofismazinhos baratos de Dan Brown não foi pouca coisa... A teoria bobinha, então, tinha até sumido.

Que surpresa quando, ainda nesta manhã, eu soube por um amigo que estão ainda a ventilar estas lorotas em canais de TV fechada, com pretensos especialistas em história. Claro que isso não espanta.. Raros são os programas de Tv que prestam; a maioria não vale fezes (pra ser educado). Agora vejam: não é um reconhecido imbecil que está a falar potocas, a fofocar sobre as ditas "celebridades", como foi que se vestiram na última festinha e outras inutilidades similares. A coisa aqui é um pouco diferente: há pretensos intelectuais, num programa que se pretende científico, utilizando-se de um pretenso método histórico, e a repetir as bobagens que o Dan Brown plagiou. Isto só reforça o artigo anterior, onde eu falava da falta de sinceridade dos que lutam contra Deus e contra a Sua Igreja. Sim, porque não me venham falar de um intelectual sério que subscreva os disparates deste autor.

A coisa é absurda e, no fim, os crédulos são os católicos... e o mundo moderno, munido dessas luzes, é aclamado contra a obscuridade dos medievais. Como diz um amigo meu, "realmente...". Rs..

Recomendo, sobre isso, dois artigos da editora Quadrante: 

Pax et Bonum

Fábio.

O católico e a Verdade


Quanto mais nos aproximamos do fogo, mais ardemos. Da mesma forma, quanto mais nos achegamos à Verdade, mais nos consumimos de zelo por ela. Quando o anjo do Senhor perguntou a Elias o que ele fazia naquele monte, ouviu como resposta: “Estou devorado de amor pelo Senhor Deus dos exércitos”. É natural, pois, que o contato com Deus nos atraia. Não à toa, os místicos que vivenciaram tal proximidade de forma tão profunda, costumam chamar Nosso Senhor de “Doce Sedutor”, pois, de fato, como dizia o Salmista, Deus seduz o santo e este deixa-se seduzir. É a resposta humana ao amor primeiro de Deus.

Nem sempre, porém, este contato se faz de forma tão extraordinária. Deus, na sua discrição, costuma ensinar pelo comum, pelo cotidiano, pelo corriqueiro. É preciso que busquemos a sua vontade dentro dos eventos diários e ordinários da nossa vida. Como bem nos ensinava S. Josemaria, é necessário ser íntegro em tudo. Disto resulta que, do movimento mais intranscendente, reverbera o mistério da divindade. Exalar o bom odor de Cristo é bem por aí.

Com relação aos estudos, os católicos têm uma responsabilidade particular. Escrevia o Pe. Leonel Franca que, assim como, a partir de Jesus, todos os amores e ódios dos homens a Ele se dirigem, da mesma forma, as inteligências deverão ou aderir à sua proposta, ou renegá-la, resultando a impossibilidade da indiferença. O católico, porém, é alguém que põe todo o seu ser a serviço de Deus. Este serviço é, também, intelectual e isto se faz muito claro já quando João escreve no Seu evangelho que o Lógos se fez carne. Ora, o Lógos ou Palavra é justamente o componente revolucionário que vem acabar com a prevalência das explicações míticas e simplistas que haviam amortecido a tensão da procura da Verdade. A partir de Jesus, o Lógos feito carne, os homens se verão comprometidos a rejeitar as ilusões, e a aderir à verdade.. Cristo, por fim, afirma ser Ele mesmo a verdade. Ora, a verdade é objeto do intelecto; daí que o católico, segundo suas possibilidades, deve sim estudar, obedecendo o preceito de amar a Deus com todo o seu ser, toda a sua alma e todo o seu entendimento.

Neste sentido, Sto Agostinho recomenda que se ame muito a inteligência, pois a boa fé supõe que se compreenda bem. A Igreja ensinará ainda que a Fé é uma virtude intelectual, pois o católico adere a Fé a partir do momento em que a conhece. S. Josemaria, por fim, profere a sua célebre frase: “se puder ser sábio, não te permito que não o seja”. O obscurantismo, portanto, de que muitos acusam a Santa Igreja não é característica típica dela; é justamente o contrário.

Logo quando entrei para o Curso de Filosofia, em pouco tempo, pelas minhas pesquisas pessoais, passei a descobrir vários nomes de Filósofos que haviam sido católicos. Não falo sobre Descartes ou similares, cujas “filosofias” qualificaria como, no mínimo, estranhas. Falo de homens que foram católicos também neste campo, homens antigos e contemporâneos. Eu comumente me emocionava por saber que havia tantos católicos eminentes nesse meio, e que aquele preconceito de que filosofia e fé são quase contrários se mostrava como um grande disparate. Hoje, embora existam muitos teóricos que eu ainda não tenha tido acesso, posso dizer sem medo: os maiores intelectuais que conheço foram e são, sem dúvida, católicos. Isto talvez seja meio precipitado de se afirmar pois, como eu disse, há tantos que desconheço. Mas tal afirmação entra em profunda consonância com aquilo que dizia antes: o cristianismo, trazendo a nós o Lógos, de forma que Ele mesmo nos fale de Si e afirme inequivocamente ser a Verdade, compromete-nos com o conhecimento e amor desta Verdade que é, de fato, a única, da qual tudo quanto seja verdadeiro participa.

Sendo, pois, que a Verdade é alguém e é Deus, surge o dever de amá-la sobre todas as coisas. Não se concebe, então, um cristão que não seja sincero, que não tenha a verdade como norte. Algo que muito corriqueiramente se vê nos que atacam o catolicismo é a facilidade com que se mente e se distorce. Bem dizia Dostoiévski que, a partir do momento em que se afirma a morte de Deus, tudo se é permitido. Resulta daí uma moral flutuante que estabelece como critério de valor a serventia da proposição, seja ela verdadeira ou não, a uma intenção subjetiva. Quando não se crê, portanto, é fácil mentir. Porém, o cristão não pode confortar-se com a mentira. Precisa ser experimentado no labor da busca pela verdade. Quando um sofista como o Sr. Richard Dawkins, por exemplo, condena a religião como uma chupeta que satisfaz a tensão da dúvida, impedindo o homem de trabalhar seriamente na busca pela explicação verdadeira, incorre num erro que provém, também, do seu “agarrar-se ao positivismo”, o que lhe serve como absoluto, ou chupeta da imbecilidade que lhe impede de considerar seriamente a complexidade do evento religioso. Vê-lo, por exemplo, reputar à variedade de movimentos religiosos a evidência da falsidade de toda e qualquer religião, ou simplesmente perguntar sobre o suposto criador de Deus, chega a ser cômico para um homem que se propõe o cientista libertador dos “supersticiosos”. Para Dawkins, mentir não seria erro algum, visto que ele nem mesmo sabe de onde tirar a sua moral, identificando-a, antes, a um utilitarismo sexual perpetuado na espécie.

O cristão, porém, não pára com a afirmação de que Deus fez o mundo. Isto, ao invés, serve-lhe de luz que, incidida sobre o mistério do ser, o motiva ao trabalho, à pesquisa, ao estudo. Não espanta, portanto, que, como eu disse, sejam os católicos os maiores intelectuais que conheço. São os únicos que têm um compromisso com a verdade como com o próprio Deus. E aquele que procura, acha, já disse um dia a Verdade encarnada. Porém, aos soberbos, Ele, a Verdade, resiste.

 
Sejamos, portanto, humildes e estudemos para que, como Elias, alimentados pelo pão misterioso, também nós ardamos pela Verdade.
 
Fábio Luciano.

Mais sobre Bento XVI e os casos de pedofilia

Rafael Navarro-valls

Bento XVI, não obstante as raízes antigas do problema, decidiu tratar com tolerância zero uma questão que mancha a honra do sacerdócio e a integridade das vítimas. Por isso, as muitas referências ao tema nos Estados Unidos e a sua rápida reação, convocando em Roma os responsáveis assim que o problema eclodiu nalgumas dioceses irlandesas. De fato, acaba de tornar-se pública uma dura carta à Igreja na Irlanda em que o Papa chama de “traidores” os culpados dos abusos e anuncia, entre outras medidas, uma rigorosa inspeção em dioceses, seminários e organizações religiosas.

Acaba sendo sarcástica a tentativa de envolver em escândalos sexuais algum dos sacerdotes da diocese governada pelo então arcebispo Ratzinger. Ainda mais quando sabemos ter sido justamente o cardeal Ratzinger que, como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, assinou em 18 de maio de 2001 a circular “De delictis gravioribus” (“Sobre os crimes mais graves”) que previa duras medidas contra esse tipo de comportamento. O próprio fato de reservar à Santa Sé o julgamento a respeito dos casos de pedofilia (e também dos atentados contra os sacramentos da Eucaristia e da Confissão) reforça a gravidade em que ele os têm, bem como a determinação de que o juízo não seja “condicionado” por outras instâncias locais, potencialmente mais influenciáveis.

Leia o artigo todo aqui.

Evolução e universalidade da música sacra - I


Cardeal Joseph Ratzinger

Desde muito cedo, a Cristandade foi confrontada com a questão de até que ponto pode ir a inculturação no âmbito da musica. As comunidades cristãs provieram das sinagogas e adoptaram, através do saltério interpretado de forma cristológica, também o modo de cantar. Os hinos e cânticos cristãos nasceram muito cedo; primeiro o Benedictus e o Magnificat, baseado s ainda inteiramente no Antigo testamento, depois textos inteiramente cristológicos, dos quais se destacam o Prólogo de João (1,1-18), o Hino de Cristo da Carta aos Filipenses (2,6-11) e o Cântico de Cristo de 1Tim 3.16. Uma informação interessante sobre a primeira evolução da Liturgia cristã oferece-nos Paulo na primeira Carta aos Coríntios: "Quando vos reunis, tenha cada um de vós um cântico, um ensinamento, uma revelação, um discurso em línguas, uma interpretação; que tudo isto se faça de modo a edificar" (14,26). Consta dos manuscritos do escritor romano Plínio, que informava o Imperador sobre o culto religioso dos Cristãos, que, no início do século II, um dos elementos essenciais da Liturgia cristã era o canto glorificador de Cristo na sua divindade. Podemos imaginar que os textos crisãos novos não só ampliaram o canto de então, como também deram origem ao nascimento de melodias novas.

Parece que a evolução da Fé cristã se terá realizado precisamente nos poemas dos cânticos, que naquela altura nasceram como "dons pneumáticos" nas Igrejas. Continham esperança, mas também perigo. A seperação da Igreja da sua origem semítica e a transição para o mundo grego tinham como consequência natural uma união com a mística grega de Logos, a sua poesia e a sua música, que ameaçavam dissolver o Cristianismo numa mística universal. O âmbito dos hinos e das suas músicas era precisamente uma porta aberta à Gnosis, àquela tentação mortífera que começou a decompor o Cristianismo no seu interior. Assim se compreende que, na luta pela identificação da Fé e pela sua radicalização na figura histórica de jesus Cristo, as autoridades da Igreja enham recorrido a uma decisão radical. O cânone 59 do Concílio de Laodicéia proíbe tanto o uso de versos de Salmos privados como o de escritos não canônicos nas missas; o cânone 15 restringe o canto de Salms ao coro de cantores de Salmos, enquanto "outros não devem cantar na igreja". Consequentemente, a lírica pós-bíblica dos hinos quase se perdera por completo; voltou-se rigorosamente ao modo de canto puramenteo vocal, adaptado da Sinagoga. As consequentes perdas culturais podem ser lamentáveis, mas eram necessárias para beneficiar um valor superior: o regresso à aparente pobreza cultural pôs a salvo a identidad eda Fé bíclica; foi precisamente a rejeição da falsa inculturação que abriu a extensão cultural do Cristianismo ao futuro.

No percurso histórico, a evolução da música sacra revela grandes paralelos com a questão das imagens. O Oriente - pelo menos na zona bizantina - manteve a música meramente vocal, a qual foi alargada à polifonia na zona eslava, provavelmente sob influência do Ocidente; os seus coros masculinos comovem o coração, tanto pela sua dignidade sacra como pelo suave ardor, fazendo da Eucaristia uma celebração da Fé. No Ocidente, a transmissão do "salmodiar" conduziu, no Coro Gregoriano, a uma nova evolução de tal grandeza e pureza, que passou a constituir o padrão permanente na música sacra eucarística. Na Idade Média tardia, desenvolveu-se a polifonia e os instrumentos tiveram novamente entrada na missa - certamente com razão, pois a igreja, como vimos, não é apenas uma continuação da Sinagoga como também integra a realidade de Pascha Cristo, representada no templo. Dois fatores novos começam a influenciar a música sacra: a liberdade artística exige cada vez mais direitos na missa; as músicas sacra e profana cruzam-se agora reciprocamente, o que se torna evidente especialmente nas chamadas missas teatrais, em que o texto da missa é sujeito a um tema ou a uma melodia relacionados com música profana, de modo a que o auditório até chega a ouvir canções em voga.

É evidente que a criatividade artística e a integração de motivos profanos envolve perigos: a música deixa de ter a oração como base do seu desenvolvimento e a exigência da autonomia artística guia-a para fora da Liturgia, procurando a finalidade nela própria, ou abrindo as portas a modos totalmente diferentes de viver e sentir; ela afasta a Liturgia procurando a finalidade nela própria, ou abrindo as portas a modos totalmente diferentes de viver e sentir; ela afasta a Liturgia da sua verdadeira natureza.

Neste ponto da disputa cultural que se criou interviera o Concílio de Trento, que realçou o carácter da palavra como a norma da música litúrgica e restringiu essencialmente o uso de instrumentos, evidenciando assim a diferença entre música sacra e profana. No início deste século, Pio X fez mais uma intervenção desse gênero. Na época do Barroco deu-se, mais uma vez (de modos diferentes nas zonas católica e protestante), uma união notável entre as músicas sacra e profana; nesse apogeu da histórica cultural, todo o esplendor da música foi posto ao serviço da glorificação de Deus. Ouvindo Bach ou Mozart na igreja - ambos nos fazem sentir de um modo magnífico o significado de gloria Dei - glória de Deus: nas suas músticas encontra-se o infinito mistério da beleza, deixando-nos, mais do que em muitas homilias, experimentar a presença de Deus de forma mais viva e genuína. Todavia, aqui já se anunciam perigos, embora o subjectyivo e a sua paixão ainda disponham de docilidade, em virtude da harmonia musical do Cosmos, na qual se reflecte a ordem da própria Criação divina. Mas as ameaças da virtuosidade e da vaidade do talento já se manifestam; elas já não expõem as suas faculdades ao serviço do todo, querendo elas próprias avançar para o primeiro plano.

Em muitos locais, no século XIX, que foi o século da emancipação da subjectividade, isso levou a uma sufocação da música sacra pela ópera, deixando emergir de novo os perigos que, na altura, eram a causa da intervenção do Concílio de Trento. Analogamente, Pio X procurava agora afastar da Liturgia o gênero operático, declarando o Coro Gregoriano e a Grande Polifonia do tempo da inovação católica (com Palestrina como figura de destaque) como padrões da música litúrgica, a qual tinha de ser nitidamente distinta de outras músicas religiosas, tal com as artes plásticas na Liturgia também devem obedecer a padrões diferentes de outras artes religiosas. A arte litúrgica possui uma responsabilidade própria; ela é, precisamente por isso e sempre de novo, origem de cultura cuja fonte é o culto.

Hoje, após a revolução cultural das últimas décadas, encontramo-nos perante um desafio certamente não menor do que os três períodos de crise que acabamos de delinear no nosso esboço histórico: a tentação gnóstica, a crise do fimda Idade Média e do início da Era Moderna, a crise do início do nsso século, que foi o prelúdio das questões ainda mais radicais do presente. Nos últimos tempos, houve três desenvolvimentos que designaram a problemática que a Igreja terá de enfrentar na questão da música litúrgica. Em primeiro lugar, a universalização cultural, que a Igreja não pode deixar de realizar a fim de exceder definitivamente os limites do espírito europeu, é a questão de como deve ser feita a inculturação no âmbito da música sacra sem prejudicar a identificação do Cristianismo e, por outro lado, deixá-lo desenvolver a sua universalidade.

Dentro da música, há dois desenvolvimentos que inicialmente tiveram origem no Ocidente, mas que, na cultura mundial em geral já dizem respeito a todos. A chamada música erudita ("clássica"), que se deslocou - fora as excepções - para um guedo de elite, onde apenas especialistas podem ingressar e mesmo alguns deles com sentimentos estranhos. A música das multidões separou-se da música acima referida, seguindo um percurso totalmente diferente. De um lado existe a música pop, que certamente não tem nada a ver com "povo" (Pop) no sentido tradicional e, sendo gerada industrialmente, ela atribui-se ao fenômeno da multidão; no fundo, deve ser designada como um culto do banal.

Comparativamente, "Rock" é a expressão de sentidos elementares que, nos festivais de rock assumiram o caráter de culto; porém, esse caráter é oposto ao culto cristão, ele liberta o Homem dele próprio, devido à vivência da multidão e a vibrações de ritmo, barulho e efeitos de luzes, deiando-o no êxtase de rompimento dos seus limites, submergindo-o quase nas forças primitivas do Universo. A música do "embevecimento sóbrio" do Espírito Santo não tem hipótese, onde o ego e o espírito são aprisionamento e correntes, surgindo a fuga dessa prisões como libertação que deve ser saboreada, nem que seja só por uns momentos.

O que fazer? As receitas teóricas ajudam aqui porventura ainda menos do que na arte plástica. Deve haver uma inovação do interior. Todavia, depois de ter considerado os vários padrões dos fundamentos interiores da música sacra, gostaria de fazer um resumo conclusivo.

Continua...

Joseph Ratzinger, Introdução ao Espírito da Liturgia.

Breves indicações..

Ando um tanto ocupado, graças a Deus. Mas dentre os temas que atualmente têm transitado na blogosfera católica, destacam-se, sem dúvida, três: os escândalos sexuais envolvendo clérigos católicos, os ataques à pessoa do Santo Padre, e as tentativas deste e de outros de restaurar a profunda beleza da Liturgia Católica.

Quero, por ora, somente fazer algumas indicações de leitura que considero muito esclarecedoras.

Primeiramente, este texto que me foi mostrado pelo Claudemir e que, com muito gosto, disponibilizo. Embora muito sucinto, traz uma visão geral sobre a onda de ataques ao Papa e mostra a grande má fé dos acusadores.

Depois, este outro que demonstra a grande reta intenção que o Santo Padre traz na alma ao tratar destes casos de abusos sexuais de menores.

Ainda sobre o caso da pedofilia, aqui há uma pequena amostra de como a própria sociedade liberal tem contribuído para a degradação moral dos costumes, a começar pela educação infantil. O texto foi disponibilizado no Adversus Haereses.

Leia-se este também como complemento...

Eis ainda uma ótima entrevista com o Monsenhor Nicola Bux, onde ele faz uma interessantíssima relação entre a "liturgia criativa" e o pecado.

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Bem.. Fica a indicação.

Pax et Bonum.

Fábio.

Mais um video em homenagem ao Santo Padre.



Fonte

Aniversário de Sua Santidade Bento XVI.

Fiquei a saber, pela Teresa, que hoje é aniversário de Sua Santidade Bento XVI. Arrisquei até rabiscar algo pra postar aqui, mas não sei falar dignamente deste grande homem. Disponibilizo, então, alguns videos. É uma modesta homenagem, mas de um coração que o ama. Parabéns Bento XVI. Sua luta nos encoraja e nos ensina a amar a Cristo e defender a Sua Igreja. Sinto-me profundamente honrado em ser uma de suas ovelhas.

Vida longa ao Papa!






Entrevista com o filósofo Giovanni Reale sobre os ataques ao Papa e à Igreja


Transcrevo somente uma parte que, para mim, resume bem toda a entrevista. A respeito do Papa Bento XVI, diz Giovanni Reali:

"Este Papa dispõe de um enorme saber teológico e filosófico. Possui uma grande sensibilidade artística. Em resumo, é um dos papas mais dotados cultural, espiritual e artisticamente que a Igreja já teve. Por anos, na função que ocupou demonstrou estas características. Consequentemente, é um homem perigoso aos olhos e ouvidos dos adversários. Quem odeia o cristianismo tolera melhor um cristão ignorante, mas não suporta a profundidade cultural do cristão. Este Papa representa exatamente aquilo que eles não conseguem suportar!"

Leia a entrevista toda aqui ou aqui.

Belíssimo discurso do Santo Padre aos bispos brasileiros do Regional Norte II em visita "Ad limina Apostolorum" - 15 de abril de 2010


Uma menor atenção que por vezes é prestada ao culto do Santíssimo Sacramento é indício e causa de escurecimento do sentido cristão do mistério, como sucede quando na Santa Missa já não aparece como proeminente e operante Jesus, mas uma comunidade atarefada com muitas coisas em vez de estar recolhida e deixar-se atrair para o Único necessário: o seu Senhor. Ora, a atitude primária e essencial do fiel cristão que participa na celebração litúrgica não é fazer, mas escutar, abrir-se, receber… É óbvio que, neste caso, receber não significa ficar passivo ou desinteressar-se do que lá acontece, mas cooperar – porque tornados capazes de o fazer pela graça de Deus – segundo «a autêntica natureza da verdadeira Igreja, que é simultaneamente humana e divina, visível e dotada de elementos invisíveis, empenhada na ação e dada à contemplação, presente no mundo e, todavia, peregrina, mas de forma que o que nela é humano se deve ordenar e subordinar ao divino, o visível ao invisível, a ação à contemplação, e o presente à cidade futura que buscamos» (Const. Sacrosanctum Concilium, 2). Se na liturgia não emergisse a figura de Cristo, que está no seu princípio e está realmente presente para a tornar válida, já não teríamos a liturgia cristã, toda dependente do Senhor e toda suspensa da sua presença criadora.

Como estão distantes de tudo isto quantos, em nome da inculturação, decaem no sincretismo introduzindo ritos tomados de outras religiões ou particularismos culturais na celebração da Santa Missa (cf. Redemptionis Sacramentum, 79)! O mistério eucarístico é um «dom demasiado grande – escrevia o meu venerável predecessor o Papa João Paulo II – para suportar ambigüidades e reduções», particularmente quando, «despojado do seu valor sacrificial, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesa» (Enc. Ecclesia de Eucharistia, 10). Subjacente a várias das motivações aduzidas, está uma mentalidade incapaz de aceitar a possibilidade duma real intervenção divina neste mundo em socorro do homem. Este, porém, «descobre-se incapaz de repelir por si mesmo as arremetidas do inimigo: cada um sente-se como que preso com cadeias» (Const. Gaudium et spes, 13). A confissão duma intervenção redentora de Deus para mudar esta situação de alienação e de pecado é vista por quantos partilham a visão deísta como integralista, e o mesmo juízo é feito a propósito de um sinal sacramental que torna presente o sacrifício redentor. Mais aceitável, a seus olhos, seria a celebração de um sinal que corresponda a um vago sentimento de comunidade.

Mas o culto não pode nascer da nossa fantasia; seria um grito na escuridão ou uma simples auto-afirmação. A verdadeira liturgia supõe que Deus responda e nos mostre como podemos adorá-Lo. « A Igreja pode celebrar e adorar o mistério de Cristo presente na Eucaristia, precisamente porque o próprio Cristo Se deu primeiro a ela no sacrifício da Cruz» (Exort. ap. Sacramentum caritatis, 14). A Igreja vive desta presença e tem como razão de ser e existir ampliar esta presença ao mundo inteiro.

***

Mais uma vez, amo esse Papa.. Vida longa a Bento XVI!

A Arte e seus princípios na Liturgia


Servo de Deus, Papa Pio XII

"A ninguém, certamente, causará admiração o fato de interessar-se tanto a Igreja pela música sacra. Com efeito, não se trata de ditar leis de caráter estético ou técnico a respeito da nobre disciplina da música; ao contrário, é intenção da Igreja que esta seja defendida de tudo que possa diminuir-lhe a dignidade, sendo, como é, chamada a prestar serviço num campo de tamanha importância como é o do culto divino.

A Liberdade do artista deve estar sujeita à lei divina

Nisto a musica sacra não obedece a leis e normas diversas das que regulam todas as formas de arte religiosa, antes à própria arte em geral. Na verdade, não ignoramos que nestes últimos anos alguns artistas, com grave ofensa da piedade cristã, ousaram introduzir nas Igrejas obras destituídas de qualquer inspiração religiosa, e em pleno contraste até mesmo com as justas regras da arte. Procuram eles justificar esse deplorável modo de agir com argumentos especiosos, que eles pretendem fazer derivar da natureza e da própria índole da arte. Afinal, dizem eles que a inspiração artística é livre, que não é lícito subordiná-la a leis e normas estranhas à arte, sejam elas morais ou religiosas, porque desse modo se viria a lesar gravemente a dignidade da arte e a criar, com vínculos e ligames, óbices ao livre curso da ação do artista sob a sagrada influência do estro.

Com argumentos tais é suscitada uma questão sem dúvida grave e difícil, atinente a qualquer manifestação de arte e a qualquer artista; questão que não pode ser resolvida com argumentos tirados da arte e da estética, mas que, em vez disso, deve ser examinada à luz do supremo postulado do fim último, regra sagrada e inviolável de todo homem e de toda ação humana. De fato, o homem diz ordem ao seu fim último - que é Deus - por força de uma lei absoluta e necessária, fundada na infinita perfeição da natureza divina, de maneira tão plena e perfeita, que nem mesmo Deus poderia eximir alguém de observá-la. Com essa lei eterna e imutável fica estabelecido que o homem e todas as suas açoes devem manifestar, em louvor e glória do Criador, a infinita perfeição de Deus, e imitá-la tanto quanto possível. Por isso o homem, destinado por sua natureza a alcançar esse fim supremo, deve, no seu agir, conformar-se ao divino arquétipo, e nessa direção orientar todas as faculdades da alma e do corpo, ordenando-as retamente entre si, e devidamente domando-as para alcançar o do fim. Portanto, também a arte e as obras artísticas devem ser julgadas com base na sua conformidade, com o fim último do homem; e, por certo, deve a arte contar-se entre as mais nobres manifestações do engenho humano, porque atinente ao modo de exprimir por obras humanas a infinita beleza de Deus, de que é ela o revérbero. Razão pela qual, a conhecida expressão "a arte pela arte" - com a qual, posto de parte aquele fim que é ingênito em toda criatura, erroneamente se afirma que a arte não tem outras leis senão aquelas que promanam da sua natureza, - essa expressão ou não tem valor algum, ou importa grave ofensa ao próprio Deus, Criador e fim último. Depois, a liberdade do artista - liberdade que não é um instinto, cego para a ação, regulado somente pelo arbítrio ou por certa sede de novidade -, pelo fato de estar sujeita à lei divina em nada é coarctada ou sufocada, mas, antes, enobrecida e aperfeiçoada."

Pio XII, Musicae Sacrae Disciplina

Princípios Gerais da Música Sacra


"A música sacra, como parte integrante da Liturgia solene, participa do seu fim geral, que é a glória de Deus e a santificação dos fiéis. A música concorre para aumentar o decoro e esplendor das sagradas cerimônias; e, assim como o seu ofício principal é revestir de adequadas melodias o texto litúrgico proposto à consideração dos fiéis, assim o seu fim próprio é acrescentar mais eficácia ao mesmo texto, a fim de que por tal meio se excitem mais facilmente os fiéis à piedade e se preparem melhor para receber os frutos da graça, próprios da celebração dos sagrados mistérios.

Por isso a música sacra deve possuir, em grau eminente, as qualidades próprias da liturgia, e nomeadamente a santidade e a delicadeza das formas, donde resulta espontaneamente outra característica, a universalidade. - Deve ser santa, e por isso excluir todo o profano não só em si mesma, mas também no modo como é desempenhada pelos executantes. Deve ser arte verdadeira, não sendo possível que, doutra forma, exerça no ânimo dos ouvintes aquela eficácia que a Igreja se propõe obter ao admitir na sua liturgia a arte dos sons. Mas seja, ao mesmo tempo, universal no sentido de que, embora seja permitido a cada nação admitir nas composições religiosas aquelas formas particulares, que em certo modo constituem o caráter específico da sua música própria, estas devem ser de tal maneira subordinadas aos caracteres gerais da música sacra que ninguém doutra nação, ao ouvi-las, sinta uma impressão desagradável."

Papa São Pio X, Tra Le Sollicitudine - Sobre a Música Sacra
***

Quero somente destacar umas coisinhas e fazer pequenos comentários.
Concluíremos que, pelo menos no Brasil, a grande maioria dos ditos "músicos litúrgicos" não têm idéia do que estão fazendo nas Santas Missas.

- "A música sacra concorre para aumentar o decoro" - Tem acontecido isto, ou justamente o contrário? A música que comumente se ouve nos templos faz aumentar o respeito, ou incentiva a bater palmas, fazer passinhos e reboladas? Será preciso fazer um abaixo assinado para que o arroto "rebolation" não se torne, futuramente, música "sacra"?

- "(...) o seu ofício principal é revestir de adequadas melodias o texto litúrgico" - Mas que texto litúrgico? O que se vê não são, ao contrário, poesias de cunho socialista ou de caráter sensacionalista? O Missal é solenemente ignorado...

"(...) a fim de que por tal meio se excitem mais facilmente os fiéis à piedade" - E o que se entende por piedade? Revolução? Luta de Classes? Ou cócegas "espirituais"? Alguém tem alguma idéia do que acontece sobre o Altar? Sim, mas são poucos...

"Por isso a música sacra deve possuir, em grau eminente, as qualidades próprias da liturgia, e nomeadamente a santidade e a delicadeza das formas" - E que tal a "Liturgia Afro"? E as "missas-rock"? Delicado, não? Tambores e guitarras dão uma bela combinação...

"Deve ser santa, e por isso excluir todo o profano não só em si mesma, mas tambem no modo como é desempenhada pelos executantes." - Rs.. Nem precisa comentar...

"Deve ser arte verdadeira" - Muitos perguntariam: e existe arte falsa? Se a pergunta fosse sincera, seria ótimo. Mas, comumente, é mera objeção. Há quem chame o gregoriano de "música fúnebre". Ainda que fosse, esta "música fúnebre" corresponderia, sem dúvida, mil vezes melhor ao Calvário do Senhor.

As "composições religiosas (...) devem ser (...) subordinadas aos caracteres gerais da música sacra" - Hein?

Realmente houve, claro, uma abertura, a partir do CVII, para este desleixo generalizado da Fé. Porém, este descaso específico para com a Música Sacra não é, diretamente, fruto do Concílio que recomenda vivamente que os ministros de música sejam bem formados. A relaxidão, porém, em outras áreas terminou por influenciar também na música litúrgica.

Claro que há sim exceções. Aqui e ali se encontram fiéis bem formados no campo da música sacra. Mas, infelizmente, na maioria dos casos, a coisa ainda é bem absurda...

Fábio.

Formação de um Coral na Paróquia de Santa Maria Madalena, União dos Palmares


Depois da encenação da Paixão, onde se expressou algo do potencial musical dos nossos jovens paroquianos, surje já, no horizonte, a possibilidade de formarmos um coral. Tal proposta foi acatada pelo Pe. Iranjunio, nosso pároco, e já estamos a formar o grupo para os ensaios.

Não basta, porém, saber cantar. A polifonia não é algo tão simples de se fazer. Por isto, estou recrutando um bom material e peço aos amigos que, se se interessarem em auxiliar-nos, seja com as músicas tradicionais da Igreja em áudio, ou em vídeo, ou com apostilas de formações, mandem o material para o meu e-mail: cravosdeamor@yahoo.com.br. Desde agora, vos agradecemos.

Há já pessoas, por aqui, que têm uma certa experiência com esta questão da divisão de vozes. Mas, além disto, precisaremos dos cantos para ouvir; teremos de treinar a pronúncia do latim, e outras coisas. Seja como for, a proposta é desafiadora, mas, como dizia Nosso Senhor, "Nada temas; crê somente". Se sem Ele nada se pode fazer, como Ele tudo se fará.. Experimentamos isto, de uma forma escancarada, no musical, e creio que aquilo foi apenas uma pequena amostra de como Nosso Senhor está disposto a nos ajudar se O quisermos ajudar e servir.

Aos amigos, portanto, fica a petição, tanto de material quanto de oração. Que Deus os abençoe.

Fábio.

A Música Sacra deve pretender agradar a Deus e não aos homens


Dissemos já, várias vezes, que há um critério com relação à música sacra, estabelecido por vários Papas, que é o que estabelece o canto gregoriano como modelo supremo. As demais formas de canto serão mais ou menos dignas à proporção em que se aproximam ou se afastam deste modelo. O gregoriano é a arte que melhor expressa a filosofia católica a respeito da criação e da perfeita ordem dos entes. Uma arte, portanto, que imite esta ordem, agrada e honra a Deus, pois identifica a sua finalidade, que é produzir beleza, com a Beleza em si.

Relutar, pois, diante disto significa revoltar-se contra a vontade divina. Isto se faz por uma inversão do amor a Deus para o amor a si mesmo, desembocando num sensualismo que se pretende espiritual. Acontece, pois, que, em trilhando via contrária à de Deus, resulta daí que a música ou arte em geral será desprovida de beleza; irá, mesmo, contra a beleza e a ordem e, como tal, desagradará a Deus. Ora, a Liturgia tem como função máxima a glorificação de Deus. Incluir na Santa Missa formas musicais avessas à beleza é instalar, pois, uma contradição no culto sagrado. Isto se assemelha muito a certos tipos de profanação voluntária.

O que dizer, pois, da inculturação? Enquanto esta busca incluir elementos culturais de diferentes povos que não contradigam o espírito da Liturgia e, talvez, ajudem a enfatizá-lo, ótimo. Eis a Igreja para acolher tais elementos e aperfeiçoá-los, retirando-lhes toda sombra de erro. No entanto, aqueles traços culturais, aquelas formas de arte que vão opostos à substância mesma da Liturgia católica não podem, de forma alguma, ver-se no direito de adentrar no templo sagrado. Neste sentido, muitos desprezam solenemente o ensino católico com vistas em satisfazer expectativas de outros homens, num discurso meramente romântico e pouco objetivo. Importa lembrar do que nos diz S. Paulo bem a este respeito: “Se eu quisesse agradar aos homens, não seria servo de Cristo”. É preciso, pois, estabelecer claramente a quem nós queremos servir. Isto não significa pôr o homem em oposição constante a Deus, obviamente, mas, antes, esclarecer que quando esta oposição existir, deve-se dar a preferência a Nosso Senhor, tal como ensina o primeiro mandamento que qualquer criança sabe recitar.

Outras formas musicais, além do gregoriano, são aceitas pela Santa Igreja, mas isto desde que o espírito que lhas anima seja o mesmo espírito católico. É preciso estar mergulhado no sensus ecclesiae, é preciso estar impregnado do bom odor de Cristo para que o canto litúrgico, de fato, cumpra a sua função que é, primeiramente, a glorificação de Deus e, em segundo lugar, a santificação dos fiéis.

Haveria ainda muito a dizer sobre como a boa música litúrgica pode contribuir para esta santificação. Porém, por ora, importa que saibamos o que a Igreja ensina. Fazer de outra forma é subjetivismo, é revolta contra Deus, é antropolatria, é desobediência. Que triste é que o imenso tesouro musical da Santa Igreja seja jogado para o escanteio, enquanto toma lugar na Liturgia uma série de cantos medíocres, muitos teologicamente incorretos, outros puramente sensacionalistas, e outros ainda, numa clara imitação da música protestante.

É a beleza que é posta de lado em prol das paixões humanas, da desobediência, e tudo isto com o pretexto de ser feito por Deus e para Deus. Restituamos, meus caros, até onde nos seja possível, a dignidade artística das Santas Celebrações. É Deus quem nos pede.

Fábio.

Cantora Paula Valadão "profetiza" sobre a Igreja Católica



Pra quem é fã, pra fiéis e padres que andam a tirar sua inspiração desses "ungidos", eis aí uma "profecia" bem no estilo Mãe Dinah. kk..

Algumas fotos da Encenação da Paixão de Cristo

Como se sabe, neste ano encenamos a Paixão do Senhor. Abaixo, algumas fotos do evento.

Cena  Inicial: Nossa Senhora e São José


Domingo de Ramos

Santa Ceia



Judas e o demônio

Jesus no Sinédrio

Pilatos e os Fariseus

Jesus, João (esquerda) e Pedro (direita)

Nossa Senhora e Maria Madalena

Cena da Ressurreição

Bastidores.. rs...

A turma toda.
Parabéns a todos os atores.
Deus os abençoe.

Bem... Como se tratou de um musical, futuramente poderei estar disponibilizando algumas das músicas, se isto interessar a alguém.

Pax et Bonum.

Fábio.

Chesterton sobre o Tomismo e o Evolucionismo


"Ora, ninguém começará a compreender a filosofia tomista, que em verdade é a filosofia católica, sem que advirta logo que a sua base primária e fundamental é o louvor da vida, o louvor do ser, o louvor de Deus como Criador do mundo."

"Se alguém pensar profundamente, verá que o movimento supõe algo essencialmente incompleto, que se aproxima de algo mais completo. O verdadeiro argumento é muito técnico, e diz respeito ao fato de a potencialidade não se explicar só por si; além disso, em qualquer caso, só pode desdobrar-se o que estiver dobrado.

Basta dizer que os evolucionistas modernos queremo ignorar o argumento não por terem descoberto nele alguma falha, porque nunca chegaram a descobrir o próprio argumento, mas porque são demasiado superficiais para notar a falha do argumento deles; porque a fraqueza da sua tese está protegida por uma fraseologia da moda, como a força da velha tese está protegida por uma fraseologia fora de moda. Para aqueles porém que pensam verdadeiramente, há sempre algo realmente inconcebível a respeito de todo o cosmo evolutivo, tal qual o concebem, porque é algo que surge do nada, uma onda d'água sempre crescente a sair de um jarro vazio. Os que aceitam isto simplesmente, sem ver sequer a dificuldade, não têm probabilidade de se aprofundar tanto como Santo Tomás de Aquino e de ver a solução da dificuldade. Em uma palavra, o mundo não se explica a si mesmo e não pode fazê-lo só com o fato do seu desenvolvimento constante.

Mas, como quer que seja, é absurdo que o evolucionista se queixe dizendo que não se compreende que um Deus, reconhecidamente inconcebível, fizesse tudo do nadao - e depois pretenda que é mais concebível que o nada se tenha mudado em todas as coisas."

G.K. Chesterton, Santo Tomás de Aquino, Biografia.

Outros avisos aos amigos e leitores.. rs...


Caros amigos, desculpem-me pela demora em atualizar o blog. É que a internet saiu do ar por estas bandas desde quarta-feira, e veio voltar só agora.

Aproveito esta mensagem para comunicar aos amigos próximos que o Grupo de Resgate Anjos de Adoração está já a organizar o II Cursinho de Formação GRAA. Nesta ocasião, abordaremos temas como Dogmática, Liturgia, História da Igreja, Breve Introdução à Filosofia Tomista, Pressupostos Filosóficos da Doutrina Social da Igreja, entre outros. Os interessados, entrem em contato conosco. As aulas começam já dia 26.

Ps.: Estava com saudades..

Grande abraço. Pax et Bonum.

Fábio.

Meu Bento XVI

Dom Henrique Soares

Nunca escondi meu profundo amor por Joseph Ratzinger. É antigo: desde 1981. Em novembro daquele ano, seminarista em férias, li um texto seu. Lá havia uma frase do então Cardeal Arcebispo de Munique: “Ninguém é maduro de verdade até que tenha enfrentado sua própria solidão!” Meus olhos marejaram (como marejam agora, neste momento). Pensei: quem afirma isto só pode ser um homem de verdade, só pode ser alguém que tem uma profunda experiência de Cristo! Eis aqui um homem de Igreja que continuou homem, com um coração, com sensibilidade, com retidão!

Um ano depois, dei com uma entrevista do Cardeal, agora nomeado Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Ele afirmava: “O primeiro dever do Bispo é defender a fé dos pequenos contra a prepotência de alguns teólogos...” Vibrei de alegria! O homem era realmente católico em cada fibra: sabia que a fé supera a razão e que o Mistério não se apreende em profundidade a não ser de joelhos e bebendo a límpida fé da Mãe Igreja, fé que se manifesta sobretudo nos pequenos, nos simples, no Povo de Deus em seu dia-a-dia.

Ratzinger tornou-se para mim uma referência. Doíam-me tanto as calúnias contra ele, as afirmações de muitos adeptos da Teologia da Libertação, que deformavam a imagem e o pensamento do Cardeal de modo vergonhosamente desonesto. Lembro-me das declarações pervertidas de Leonardo Boff e companhia a respeito do Cardeal Prefeito que, generosamente, ajudara ao próprio Boff nos tempos de estudo na Alemanha... Aqui no Brasil, as editoras católicas o censuravam metodicamente... Se algum seu escrito perdido aparecia, era dos menos expressivos e importantes... A imprensa só falava do Cardeal para criticá-lo, insuflada por certos setores da Igreja no nosso País...

A coisa intensificou-se quando da doença de João Paulo II. Agora era preciso queimar de vez o Cardeal da Inquisição, o Desumano, o Ditador... Foi uma pesada campanha dentro e fora da Igreja, sobretudo nos Estados Unidos e na Europa... As pessoas nunca leram nada de Ratzinger, mas o antipatizavam de todo o coração. Recordo do conhecido jornalista Alexandre Garcia, que confessou ter comprado livros de Ratzinger e lido seus textos. Tomou um susto: o homem que escrevera aquelas coisas não era nada daquele monstro que diziam... Eis: o preconceito, filho da ignorância e irmão da má-fé!

E veio o Conclave. Aquele que no céu tem o seu trono riu-se dos planos dos homens e zombou dos grandes e sabidos deste mundo. Ratzinger tornou-se Bento XVI! Ouvi entrevistas, vi matérias na imprensa nacional e internacional simplesmente vergonhosas, vi entrevistas de teólogos – recordo de um da PUC de São Paulo à TV alemã – simplesmente revoltantes: mentirosas, desonestas, caluniadoras, sem caridade...

E aí está Bento XVI: amado por seu rebanho e por tantas pessoas de boa vontade, pela gente simples, cristã, de DNA católico; homem profundo, mergulhado em Cristo, nele alicerçado; homem doce e ao mesmo tempo tão firme; homem que não tem medo de proclamar a verdade, sem gritar, sem impor, mas sem jamais escondê-la: mostra-a inteira, límpida, serena, cortante, libertadora!

No tocante à vida moral do clero, menos de um mês antes de ser eleito Papa, na via-sacra do Coliseu, afirmou sem meias palavras, desgostando a muita gente: “E que dizer da terceira queda de Jesus sob o peso da cruz? Pode talvez fazer-nos pensar na queda do homem em geral, no afastamento de muitos de Cristo, caminhando à deriva para um secularismo sem Deus. Mas não deveríamos pensar também em tudo quanto Cristo tem sofrido na sua própria Igreja? Quantas vezes se abusa do Santíssimo Sacramento da sua presença, frequentemente como está vazio e ruim o coração onde Ele entra! Tantas vezes celebramos apenas nós próprios, sem nos darmos conta sequer d’Ele! Quantas vezes se distorce e abusa da sua Palavra! Quão pouca fé existe em tantas teorias, quantas palavras vazias! Quanta sujeira há na Igreja, e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer completamente a Ele! Quanta soberba, quanta autossuficiência! Respeitamos tão pouco o sacramento da reconciliação, onde Ele está à nossa espera para nos levantar das nossas quedas! Tudo isto está presente na sua paixão. A traição dos discípulos, a recepção indigna do seu Corpo e do seu Sangue é certamente o maior sofrimento do Redentor, o que Lhe trespassa o coração. Nada mais podemos fazer que dirigir-Lhe, do mais fundo da alma, este grito: Kyrie, eleison – Senhor, salvai-nos (cf. Mt 8, 25)".

Um homem assim não passa despercebido: ou é amado ou profundamente odiado! E há muitos que odeiam este santo e bendito Papa! Foi ele que, logo ao assumir, suspendeu o Padre Marcial Maciel, sacerdote famoso e muito apreciado por João Paulo II (o Papa João Paulo desconfiava muitíssimo de acusações na área de pedofilia, porque os comunistas poloneses utilizavam muitas acusações falsas como modo de desmoralizar o clero polaco. Isto criou em João Paulo II uma tendência a não dar muito crédito às acusações. Sempre que via um padre zeloso ser acusado, a tendência era logo recordar as mentiras dos comunistas poloneses... daí, a lentidão do processo do Pe. Macial. Foi um erro compreensível, mas um erro). Bento XVI não! Suspendeu o Pe. Maciel e determinou que vivesse seu fim de vida de modo recluso e sem contato algum com os fieis, numa vida de oração e penitência. O mesmo com o conhecidíssimo italiano Pe. Luigi (Gino) Burresi. Sua punição foi severíssima. Aos Bispos sempre recomendou tolerância zero com a pedofilia. Em seus pronunciamentos sobre o tema, nunca, Papa algum foi tão direto, claro e radical: na Igreja não há lugar para pedófilos. Os pedófilos devem ser demitidos do estado clerical e os Bispos devem comunicar à justiça comum! Tanto que em seu pontificado os casos de pedofilia desabaram...

Mas, nada disso interessa à imprensa, sobretudo aos jornais anticatólicos como New York Times, La Repubblica, El País, Spiegel... Para estes não interessa a verdade: interessam os fatos distorcidos, as meia verdades que, somadas, dão uma enorme mentira, uma triste difamação, uma calúnia monstruosa... O mesmo fizeram com Pio XII... Qual o objetivo? Desautorizar um Papa incômodo, cuja única preocupação é testemunhar o Cristo com toda a inteireza da fé católica. E nada é tão incômodo e antipático quanto isto! Por isso mesmo, tudo quanto este Papa diga ou faça é distorcido, deformado e, depois, duramente criticado, até ao paroxismo...

Mas, Bento XVI seguirá seu caminho! No meu primeiro encontro com ele como Bispo novo com o Sucessor de Pedro, disse-lhe: “Santo Padre, o Povo de Deus lhe quer bem! Nós rezamos por Vossa Santidade, nós estaremos sempre ao lado de Vossa Santidade!” Ele sorriu aquele sorriso tímido, mas tão humilde e franco e disse: “Obrigado! Muito obrigado! Eu preciso tanto do vosso sustento!” Só quem não o conhece poderia pensar que ele se dobra! Ninguém é tão perigosamente livre, é tão docemente forte quanto o homem que fez de Cristo o seu refúgio, a sua luz, a sua certeza! Bento XVI – santo Bento XVI, bendito Bento XVI! – é assim.

Hoje, 29 anos depois daquele 1981, quando, de coração apertado, imagino a dor e a solidão deste homem de Deus, consolo-me pensando no gigante que ele é e vem-me forte, mansa, decidida, certa, a sua palavra: “Ninguém é maduro de verdade até que tenha enfrentado sua própria solidão!” Bento XVI é maduro, Bento XVI não tem medo da própria solidão, pois ela é toda povoada por Cristo!


Deus o abençoe sempre, Padre Santo! Deus o abençoe e o livre das mãos de seus ferozes e maldosos inimigos!

Fonte

"Por acaso Nosso Senhor tinha algo a aprender com Nicodemos?" (Pe. Calderón)

Sidney Silveira

Que hoje o Magistério da Igreja seja dialogado ninguém de boa vontade pode duvidar, pois isto não é suposição de algumas pessoas, mas uma proposição expressa com toda a clareza pelo próprio Magistério. Na prática, após dois mil anos de serviços prestados, o clássico magister dixit tornou-se obsoleto e foi eliminado; com isto, logo se perdeu a noção de que o Magistério autêntico não está abaixo da fé, mas em certo sentido se encontra acima dela, pois as suas sentenças não são reguladas pelos Dogmas, mas os regulam — e, por seu meio, quem se expressa é o Divino Mestre, que participou esse Magistério à Igreja. Por isso, o critério de verdade do Magistério é a ciência divino-humana de Cristo, e não a ciência meramente humana dos homens (aqui, a aparente tautologia se faz necessária) — desde que as autoridades magisteriais exerçam o seu carisma pela expressa intenção de ensinar as verdades da fé. Mas se elas abrem mão dessa intenção magisterial e pretendem apenas dialogar, estão conseguintemente abrindo mão da assistência sobrenatural do carisma que lhes foi participado.

É em razão desta fonte divina reitora do Magistério que a ciência teológica não pode contrariá-lo, nem modificar as suas sentenças. Sendo assim, é impossível um diálogo em pé de igualdade entre o Magistério e os teólogos, porque estes não têm acesso ao critério de verdade superior daquele, participado por Cristo. Pelo menos de acordo com a doutrina tradicional da Igreja. A propósito disso, pergunta com santa ironia o Padre Álvaro Calderón: “Por acaso Nosso Senhor tinha algo a aprender com Nicodemos?”. Quando teólogos, portanto, dão vazão a toda sorte de hipóteses fantasiosas à margem do autêntico Magistério e da Sagrada Escritura, estão na prática julgando-se superiores a Deus.

Leia o texto inteiro aqui

Revistas alemãs oferecem até 1 milhão de euros para quem caluniar o Santo Padre.


Mídia laicista alemã começa a incentivar calúnias contra o Santo Padre Bento XVI. Segundo o Site alemão Kreuz.net a revista alemã “Der Spiegel” está oferecendo 1 milhão de Euros para quem caluniar o Santo Padre de abusos sexuais. O objetivo é levantar uma onda de difamações contra o Sucessor de Pedro. A revista Schmiermagazine está oferecendo os mesmos valores a ex-seminaristas que foram alunos do Santo Padre nas décadas de 60 e 70 que caluniarem o Romano Pontífice por abusos.

O intuito destas revistas é a calúnia e a difamação, eles querem que alguém acuse o Papa para levantar rumores e suspeitas, não lhes interessa a verdade, apenas atacar a moral do Pontífice.


***

Vocês percebem, irmãos, a motivação?

Dá para acredidar em tudo que é publicado com esse tipo de “incentivo” capaz de atrair inimigos da Igreja e supostas vítimas, ávidas por Euros?

Fontes: Blog Veritatis Blog Shalom

Catolicismo Liberal?

"O título "católico liberal" em si é uma contradição nos termos, uma incoerência, porque "católico" significa sujeição à ordem das coisas humanas e divinas, enquanto "liberal" significa precisamente emancipação desta ordem, rebelião contra Nosso Senhor Jesus Cristo."

Cardeal Billot S.J. citado por Mons. Marcel Lefebvre; Do Liberalismo à Apostasia.

A doutrina do ateísmo e a guerra à Igreja


“Uma coisa é pronunciar-se uma sentença, outra é conceder-lhe a inteligência assentimento. Se impossível é assegurar a veracidade do enunciado “Deus não existe”, o ateísmo resulta principalmente de uma opção doutrinária. Essa opção conduzirá a ser Deus substituído por um falso absoluto.

O ateísmo representa, para G. van de Leeuw, “o movimento negativo no desenvolvimento da consciência, momento que só pode surgir e vigorar enquanto supõe o momento precedente, o afirmativo da religião como culto de um Deus, senhor do homem e de seu destino”. É “uma religião de fuga diante de Deus [...] angústia de Deus, quando se recusa à fé para recair no demoníaco”.

O ateísmo não tem consistência; torna incoerente qualquer sistema filosófico e impraticável a ação e a vida. Entretanto, a opressiva e ofuscante realidade é a ameaça do ateísmo vivido e institucionalizada. Ou será ele também uma expressão meramente verbal que envolve e oculta efetivos modos de rejeitar a Divindade?

Não crucificaram a Jesus os ateus; Sua morte, pediram-na os judeus infiéis e não tementes a Deus, nunca esperando Rei e Reino que não fosse deste mundo; não a impediram os pagãos idólatras e tementes a César, sempre servindo rei e reino deste mundo.

Não suportaram, outrora, judeus e pagãos, o convívio com Deus vivo e verdadeiro. Deram-lhe morte, morte de cruz. Da mesma “insuportável presença” quer também livrar-se a moderna cultura. A seu reino é anteposta a promessa de um paraíso terrestre gerado pela revolução, pelo desenvolvimentismo e pela tecnocracia. Não disse estar Ele em sua Igreja, presente nela e até a consumação dos séculos? Pretendem pois aniquilá-la, querendo-a infiel e idólatra: no mundo e do mundo; e, como supremo, final, satânico objetivo atingir pelo “cristianismo secularizado” o que chamam a “morte de Deus”.

Hélio Drago Romano, A gnose e a "Morte de Deus"

Fonte: Permanência.

Marxismo: avesso à caridade


“O tempo moderno, sobretudo a partir do século XIX, aparece dominado por diversas variantes de uma filosofia do progresso, cuja forma mais radical é o marxismo. Uma parte da estratégia marxista é a teoria do empobrecimento: esta defende que, numa situação de poder injusto, quem ajuda o ser humano com iniciativas de caridade coloca-se, de fato, a serviço daquele sistema de injustiça, fazendo-o resultar, pelo menos até certo ponto, suportável. Desse modo, fica refreado o potencial revolucionário e, conseqüentemente, bloqueada a reviravolta para um mundo melhor. Por isso se contesta e ataca a caridade como sistema de conservação do status quo. Na realidade, esta é uma filosofia desumana. O ser humano que vive no presente é sacrificado ao moloch do futuro – um futuro cuja efetiva realização permanece, pelo menos, duvidosa. Na verdade, a humanização do mundo não pode ser promovida renunciando, de imediato, a comportar-se de modo humano.”

Bento XVI, Deus Caritas Est.

Alegra-te ó Doce Virgem, teu Filho Deus ressuscitou!!!


Cessou a luta, ó vítima do amor,
Chorosa mãe do mártir do calvário,
Enxuga o pranto, infindo no amargor,
Pois é mudado o tétrico cenário!

A vida que na cruz fora pregada,
Ressurge mais formosa, mais perene,
De místico esplendor, areolada
De soberana em ar o mais solene.

Desce a rampa que o sangue do Cordeiro
No seio seu sorveu!
Quando a vida, suspensa no madeiro,
À morte, morte deu.

Deixa, ó Mãe, o trilho do desterro,
Deixa a via do pranto, da amargura!
Em gozo vem trocar e em ventura
A lúgubre tragedia desse cerro!

A Virgem Mãe os puros olhos ergue!
Não há mais pranto, as lágrimas secaram.
Amor e gozo neles retornaram.
No alto, o céu de puro azul se abria...

O Divino Filho à mãe querida acena!
Jesus no abraço do mais terno amor,
A fronte virginal da Mãe coroa:
Rainha ela será do céu e da terra!

Ela é Rainha, os homens são seus filhos,
Chorosos, no desterro, em mil perigos...
"Não deixareis sem mostras de ternura
- diz ela, Mãe bondosa - os filhos meus!"

A branca rosa que lhe cinge a fronte,
Nas puras mãos desfolha e à terra envia:
Presságio sublime da perene graça
Que aos homens redimidos sucederia!

Autor Desconhecido.
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